Uma história é o resultado da reação ao descobrir algo novo ou emocionante, cedo ou tarde na vida monótona de dia a dia.Contar as histórias de nossas vidas talvez seja um dos caminhos mais poderosos para se livrar de estresse da vida cotidiana. E eu tenho tantas histórias para contar, por quê ?
Quando dar tempinho para parar um pouco e olhar a minha vida para trás, fecho meus olhos e parece que passa um filme. Talvez eu possua uma memória muito boa e por isso que é difícil de esquecer algo da minha vida.Tudo é claro para mim e talvez lembre de cada momento da vida que vivi na infância e adolescência.
Estou lendo o livro "Caçador de Pipas" e estou simplesmente amando a escritura do leitor. Cada detalhe que ele relata, dá para criar a imagem muito clara na mente enquanto fico lendo sem parar. As histórias deles, as brincadeiras que ele escreveu nesse livro são bem parecidas com as minhas na minha infância. Simpatizei simplesmente.
Eu estava andando com a minha filha hoje na rua. Ela estava andando bem devagarzinho e eu tive que parar toda hora e lhe pedia para andar rápido. E ela corria um pouco para segurar o meu dedinho.
Quando eu tinha sete anos e a minha irmã tinha quatro anos estudávamos numa escola bem perto da minha casa. Dava mais ou menos um quilometro da nossa casa para a escola. As crianças da minha localidade iam para escola a pé. Ninguém tinha carro naquela época para levar seus filhos para escola. Umas pessoas tinha moto. O meu pai tinha uma também e as vezes levava nos para escola. Quando passava perto de outros meninos indo para escola, eu ficava com orgulho e olhada para eles e gritava "ganhei". Quem tinha carros eram ricos e a gente respeitava-os.
Os meus pais também mandavam eu e a minha irmã ir para escola a pé. Não tinha medo de ser sequestrado como aqui no Brasil. Só poderia ser sequestrado por "Burha Dangoria", um caráter imaginário tipo "Saci Perere". Então, todo mundo ia a pé e eu e a minha irmã se juntavam com eles. Fazendo barulho na rua, conversando e indo para escola. Minha irmã tinha quatro anos e sempre ficava trás quando íamos para escola juntos. Eu sempre tinha que parar e chamar "Veeemmmm lerdinha". Ela corria para se juntar comigo. As vezes eu ficava falando sem olhar para ela e depois descobria que ela já ficou bem longe de mim , olhando para um passarinho colorido numa árvore. Eu tive que voltar e pegar a mão dela e arrastar para escola. Eu lembro bem claro que na rua da escola tinha uma árvore de algodão. A cena é bonita ao amadurecer os algodões. Os algodões saem de cascas e começam a voar. Uma visão linda. Quando passava pela essa árvore eu e minha parávamos para ver se saiu o algodão. Todo dia parava na frente dela e quando via os algodões saindo das cascas, eu subia nela e pegava uns. Eu dava uns para minha irmã e com o resto eu fazia bigode de mentira e falava para minha irmã, "Sou Burha Dangoria, vou te pegar". Ela corria para frente e assim eu não precisava olhar para trás para chamar ela. Naquela época eu tinha sete anos e a minha irmã tinha quatro anos, idade de minha filha agora.
Não consigo parar de pensar dos momentos bem vividos quando vejo umas semelhanças desses na minha vida de hoje. Amo todos os meus momentos bem vividos e quero contar para quem quiser ouvir. Talvez um dia quando a minha filha vai crescer ela leia os momentos bem vividos do pai dela.
Amem !!!
No comments:
Post a Comment
faz fofoca aqui.