Saturday, May 18, 2013

O bebê


Eu era(sou) um safado. Tem razão tembém. Eu nunca planejei ter um filho/a porque eu achava que  criar um bebê era chato demais. Você já assistiu o filme chamado "até que a sorte nos separe". Se você já assistiu , pode lembrar a reação daquele cara gordo quando ele recebeu a notícia que mulher dele era grávida. Se você não assistiu até agora, va assistir. Minha reação era assim também naquele dia quando minha esposa me chamou e disse que o "dipstick" estava mostrando positivo. Eu não entendi nada o que ela estava me falando. Depois quando eu entendi o que era aquilo, eu não sabia como deveria reagir. Eu acho que foi um sabado e eu estava na sofá na sala surfando internet. Agora para explicar como eu senti naquele momento melhor se vê o filme que eu mencionei. Eu a dei só um abraço e fiquei mudo. Todos os pensamentos de responsibilidades começou a passar na minha cabeça, as traumas de ficar sem sono, os gastos  e tudo.Então foi uma "U Turn" da minha vida. Eu estava com muito medo porque eu não sabia como minha vida seria como um pai,como estariam as responsibilades.


Cada dia eu via a barriaga da minha esposa crescendo, eu ficava com medo. Porque teria que ter tanta responsibilades,menos ou nenhuma liberidade de sair para filme qualquer hora ou  tomar uma cervejinha etc. Eu ficava com mais preocupação do que felicidade. Eu nunca gostava das crinaças chatas da porra que sempre ficavam gritando no nosso prédio. Até hoje eu não gosto das crianças chatas.O tempo estava passando  eu eu estava ficando com mais medo.


Um belo dia chuvoso minha esposa tinha "my water broke". Eu estava trabalhando naquele dia e ela me ligou que ela esta perto de dar luz. Eu corri do meu trabalho e nós pegamos um taxí e fomos para Hospital Portugês aqui em Salvador. A medica levou-a para a sala (eu não sei como é em Português) e fez alguns exames e depois levou para cesariana. E eu estava lá no recepção do hospital fazendo os cadastros. Lá foi uma mulher que me perguntou se eu era um índio da Amazonia quando eu falei que era um indiano. Eu tenho medo de sangue eu quando me chamaram para ver a cirugia e acompanahr minha esposa , eu estava meio hesitado.  Mas depois de alguns momentos entrei na sala da cirugia. Daqui a pouco eu vi a medica tirando o meu bebê. Eu vi só um monte de sangue e sangue e sangue..Sei la, como eu deveria reagir. Eu olhei meu bebê, os olhos fechados, chorando...


Agora começou a nossa vida. Eles botaram o bebê numa sala específica para os recem nascidos para fazer exames,
lavar etc. Uma enfermeira me pediu se eu tinha alguma roupa para meu bebê pelada que estava lá num berço de vidro. Eu fui pegar a roupa que minha sogra tinha comprada. Peguei rapidinho e a dei. Tinha uma parede de vidro para as pessoas curiosas para ver. Eu vi um monte de gente olhando e fazendo "Awwnnnn..que lindo.. que bonitinha".. Eu não me senti nada. Eu estava lá só para olhar se alguem queria trocar meu bebê.Pessoas estavam tirando fotos,falando em celulares. Vi alguns que estava falando alto. Que merda.Falta de respeito até em hospital.


Depois de algumas horas, meu bebê estava pronto para sair da sala e eu tinha que acompanhar. Eu e mais uma enfermeira levamos o bebê num carrinho. Eu olhei meu bebê e pensei "Tem certeza que isto é meu". Chegamos em nosso quarto e minha esposa já tinha voltado. Ela estava dormindo depois de cirugia e quando nós entramos ela nos olhou. A enfermeira a deu o bebê. Eu tinha medo de pegar o bebê porque eu achava tão pequeno.Cabeça dela tinha tamanho de uma laranja. O bebê estava dormindo e acho que no dia primeiro ela dormiu mais do que oito horas em seguida. Eu fiquei tão feliz pensando que a vida não seria como eu pensava. Ela acordou daqui a pouco com um choro. As medicas/enfermeiras entravam qualquer hora no quarto para fazer os exames etc. Uma enfermeira pegou o bebê e pediu minha esposa para amamentar. Depois ela deu banho e me ensinou como dar. Eu achei muito nojento trocar as fraldas cheio de cocô preto. Arggggg.... Quando dava banho , eu tinha muito medo porque parecia que eu estava segurando um pedaço de algodão.. No dia segundo, ela não dormiu. Chorou o dia e a noite inteira. Vida ficou dificil. Lá no hospital, dava comida só para  uma pessoa e eu tinha que sair cada dia para café da manha ou almoço ou jantar. Tinha uma barraca perto do hospital que vendia  salgadinhos e sucos. Lá foi minha primeira vez que eu bebi suco de tamarindo e até hoje eu adoro este suco. Bom, ela chorava sem parar e nós estavamos sem sono. Dormiamos uma hora ou  menos , ela começava a chorar. Daqui a pouco parava e começava. Parecia uma fita de vídeo da mesma musica em um "loop" infinito. Ela tinha "icitericia" e por isso tinhamos que ficar mais dois dias no hospital.


Quando voltamos do hospital, fomos para o apartamento da minha sogra. Na verdade meu bebê ficou as suas primeiras 4 meses no apartamento da minha sogra porque ele ficava perto do hospital e também se precisava de algum tratameto de emergência. Os meus primeiros três meses com meu bebê, eu não quero mais lembrar e também não  quero escrever. Porque se escrever , sentirei medo.Posso andar pelado em ruas, posso limpar seus toilets,posso vender McDonald no Coréia do Norte mas não tenho coragem de viver os primeiros três meses.


Mas o tempo passou rapido. Agora meu bebê tem um ano e dois meses. Tá grande.Pelo menos agora vida esta muito boa.Agora estou adorando meu bebê que é uma menina com uma cara de menino e sem cabelo.


3 comments:

  1. kkkkkkkk mil vezes até ir p guerra do que encarar a carequinha nos primeiros meses, oh fase HORROROSA! Ah, ficamos na Barra por 3 meses, voltamos p nossa casa logo após meu aniversário, não foram 4 meses não ;)

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  2. Gostei da sinceridade com que você relata o caso. E eu não acho que a Didi tenha cara de menino não, ela parece menina! E eu acho bebês carequinhas muito fofos, minha sobrinha tem a idade da Didi e é carequinha também :D

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  3. Gostei do seu relato de pai de primeira viagem. Apesar de tb ser pai pela primeira vez, talvez pela idade avançada ou por ter desejado isso por muito tempo, eu não tive a mesma reação. Tudo bem, não soltei fogos de artifício nem fiz festa, mas fiquei mais tranquilo e feliz com a novidade. Os primeiros meses realmente são os mais difíceis, pela adaptação e as reações da criança, mas espero poder repetir a dose mais vezes, agora mais experiente.

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